Fecho os olhos e penso nas coisas que já fiz. E me pergunto: por que eu não sinto remoço? Será que sou tão frio assim? Ou será mais uma máscara de “durão”?
Por que não podemos voltar o tempo? Por que a tecnologia ainda não está avançada a esse ponto... Por que eu quero voltar ao passado?
Acho que a minha vontade era poder tentar mudar o que já passou. Poder volta àquela época maldita.
Malditas festas de fim de ano...
Naquela manhã, quando todos saíram para comprar as guloseimas de natal e ano novo, e me deixaram a sós com a maldição. O impuro, o sexo, a escolha, o prazer, a tentação. No momento que quis fugir, não tive como. Já havia sido consumado. Sepultei a minha inocência a sete palmos debaixo da terra. Durante anos tentei lutar contra o desejo de ser possuído. Mas como posso fugir de um pacto em que eu mesmo tive a escolha de fugir.
Após cinco anos ele conseguiu me tirar à última coisa pura que ainda existia em mim. Minha virgindade. Tudo contra o meu gosto. Tudo foi longe demais. Só me dei conta que estava em uma estrada sem retorno, quando olhei atrás, e vi um passado negro que havia se formado. Não havia mais volta, eu já estava deitado ao seu lado.
Hoje estou tentando esquecer esse demônio que entrou em minha vida. Mas nada que eu faço me faz esquecê-lo. Nem o arrependimento, nem o ódio, nem o nojo. Estou tentando me recuperar. Até agora estou trilhando outro caminho que fiz questão de construí-lo. Permaneço seguindo em frente. Mas esta estrada tem retorno e nunca é tarde para uma recaída. Afinal, como ele sempre me disse: “você sempre volta!”.
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