Posso Fazer um Desabafo?

"Posso fazer um desabafo?

          Desde quando te conheci e fui te conhecendo aos poucos, fui sentindo algo diferente por você. A um longo tempo eu fiquei sem sentir absolutamente nada por ninguém. Ignorei pessoas, desabilitei esperanças de outrem e até fiz pessoas me repudiarem com certas atitudes e decisões. Temo que você seja o próximo. Porém, acho que a sinceridade deve vir acima de qualquer outra coisa. E por esse motivo, escrevi este texto para dizer o que se passa em minha cabeça nesse momento.

          Nessa semana você vem sendo uma companhia e tanto. Tem me aturado e tem me feito companhia nos meus momentos isolados do mundo. Eu só tenho 20 anos, mas já passei por muitas coisas que me tornaram uma pessoa mais fria para muitas coisas. Tive um ex namoro que no qual fui ameaçado após o término, tive pessoas que considerava como irmãos que me apunhalaram pelas costas, tive uma depressão que consegui esconder de toda a minha família por achar que ninguém ficaria do meu lado ou entenderia o que se passava comigo, passei por um longo processo de aceitação do meu "Eu" e mais algumas coisas.

          Daí começaram a surgirem todas as minhas substituições. Inventei alguns amigos em minha mente e os montei do jeito que eu sempre quis. Sentia-me menos só quando fazia isso. Meio esquizofrênico, mas era uma válvula de escape. Com isso, parei de fazer amigos. Não precisava mais de pessoas ao meu lado. Mas como tudo para mim, que desde criança enjoava dos meus brinquedos e os quebravam para poder pedir outros no futuro, também cansei dos meus amigos imaginários. E como já tinha inventado todos do modo que eu sempre quis, busquei outro meio de me relacionar com as pessoas.

          Comecei a fazer amigos pela internet que, muitos desses, são amigos que agradeço todos os dias por tê-los feitos. Nesse meio tempo, comecei a tomar nojo de mim mesmo. Olhava-me no espelho e via aquela imagem gorda em minha frente. Por está fora do padrão da sociedade e alavancado por esse estereotipo, esforcei-me e perdi peso. Enfim, fiquei (quase) de acordo ao padrão. O suficiente para me sentir melhor. Porém senti a necessidade de largar de vez o meu passado. Apaguei todos os registros da minha obesidade e mudei de escola. Com a mudança, felicidade... temporária.

          No final do meu ensino médio, conheci meu ex caso que me deu 3 meses e meio de muita felicidade e 1 ano e 1 mês de sofrimento. Desde então, tenho evitado qualquer tipo de contato humano além da amizade. Isso e mais alguns outros fatores me colocaram em uma depressão, na qual me fez parar de sair com meus amigos, de início, e depois a fazer muitas besteiras por não está nem ai para o que fosse acontecer no meu futuro. Com isso, vieram mais algumas substituições.

          Novamente, parei de fazer amigos. As lacunas vazias foram preenchidas por livros, séries, filmes e internet (incluindo este blog). Resultado de tudo isso? Meus amigos todos passaram no vestibular e eu não. Foi então que eu acordei, estudei, esforcei-me e consegui meus objetivos. E hoje, estou bem comigo novamente.

          Mas o por quê de está te contando tudo isso? Conto-lhe pois todo esse processo foi feito com base no egoísmo. Em todos esses momentos eu excluí as pessoas da minha vida. Hoje que estou as reintegrado ao meu convívio. Novas pessoas. Outras nem tão novas assim. E para ser sincero, de todo coração, eu realmente gostei de você.

          Entretanto, acho que caminhamos em sentidos opostos. Apesar de não parar de olhar para a tua foto; apesar de querer te dizer a todo momento que eu queria você ao meu lado; apesar de te desejar; e apesar de tantos e tantos outros fatores que você me trouxe de volta nessa última semana, eu não sei se sou capaz de mudar. Não sei se sou capaz de parar de enjoar das coisas, não sei se sou capaz de mudar mesmo tendo força de vontade. Se existe algum problema, esse sou eu. Se existe algum erro, esse sou eu. Se existe algum ato destrutivo, esse sou eu. Se existe uma paz, uma esperança, uma salvação, um alívio, uma estabilidade, esse não sou eu.

          Não estou dizendo aqui que eu te amo, nem muito menos dizendo que quero ou não quero você. Só estou te explicando um pouco de mim. E apesar de sentir algo diferente por você, tenho medo de errar novamente. E um erro pode me acarretar o fim de tudo. Disse-te que estava viciado, não era mentira. Talvez esse seja o meu modo de voltar ao normal outra vez."

          E dessa forma, acabo afastando outra pessoa que poderia dar um sentido diferente em minha vida. Pensava que eu havia mudado, pensava que poderia amar novamente, pensei até que o meu coração de pedra e minha falta de sensibilidade tinham dado lugar à um coração real e sentimentos humanos outra vez. Mas quando você me respondeu, reagi como se em nenhum momento eu realmente senti desejo por você. Senti-me esmagando apenas um inseto que estava me perturbando. Estou muito mais triste por mim mesmo do que por você. Infelizmente.

Mais Uma Vez

     Mais um 12 de maio chegou. O que eu sinto? Não sei. Talvez um mix de tristeza, mais uma pitada de medo e um pouco de felicidade, lá no fundo. Sinto-me fraco a cada vez que este dia chega. Hoje é um dia para refletir. Um dia que, para mim, não é especial pela comemoração, mas sim pelo motivo de eu ainda estar aqui, vivo.

     Nesse momento, minha respiração está um pouco ofegante. Motivo? Quem sabe. Estou sentindo um aperto no peito, uma agonia que me faz ter vontade de chorar. Não consigo decifrar nem sequer consigo encaixar essas peças.

     Porém, desde o início desse mês eu estou sentindo que vou perder algo muito importante em minha vida nesse ciclo da vida que acaba de começar. Nenhuma cigana me parou e disse isso e nem sequer li algo na internet ou qualquer outro meio que me fez pensar nisso. São apenas sentimentos. Espero muito que esses não aconteçam, entretanto se vier a torna-se realidade, que eu seja forte para aguentar.

     Bom, apenas escrevi para tentar desabafar um pouco. Na verdade, não escrevi nada com nada e tudo continua sem nexo e sem uma linha de raciocínio. Mas, fazer o que? Eu sou estranho, e já me conformei com isso. Apenas sei que escrever me acalma um pouco mais.

A Face Escondida

     Como sobreviver mediante a tantas artimanhas que a vida proporcionou? Simples, com muita maquiagem. Acredito que muitos pensem que as fotos maquiada não passava, apenas, de “fetiche”; outros podem pensar que é, apenas, “querer aparecer”; ou ainda achar que não passa de coisa de “drag”. Nunca dei uma justificativa.  Pra que eu daria? Talvez contar diversas coisas terríveis que aconteceram comigo, e esperar que sentissem uma pena – hipócrita – de mim? É “querer aparecer” de mais, não é um “fetiche” que me agrada e seria coisa de “drag”.

     Mas, sei que muitas pessoas apreciam até um pouco desta arte, e por quê não iriam gosta? Porém tudo há uma explicação. A maquiagem é um instrumento muito eficaz. Acredito que muita gente a use para esconder alguma falha – quando preciso – deixar uma pessoa mais elegante – e claro – mais bela. Entretanto, ela serve, para mim, como uma máscara.

     Não é fácil tirar foto do meu rosto despido, nem se quer é fácil tirar uma foto; e sorrir para ela, é tarefa impossível! A quem diga que o meu sorriso seja belo, mas eu não acredito. Tenho poucas fotos tirada por mim, acho que é como se eu não quisesse deixar nenhuma imagem minha depois que morrer.

     Como eu disse, a maquiagem é, para mim, uma máscara. Não é fácil ver a minha face refletida em um espelho. Às vezes tenho repulso em me olhar em um. Todavia, quando estou com maquiagem, me sinto um pouco sedutor, sexy e até outra pessoa. Não gosto da minha realidade. Sempre gostei de fugir dela. Poder ver um outro rosto no meu corpo me conforta. Mas, tudo é tão passageiro... e quando tiro a maquiagem, volta a imagem de alguém que é fraco de mais para desistir dessa vida.

Desistir de Novo?

     Queria conseguir descrever na fala, tudo que consigo colocar no papel. Expressar-me atrás de uma máquina é tão reconfortante. Ninguém me olha, ninguém me atrapalha, ninguém ver minhas lacrimas, ninguém me ver. Podem até me julgar no momento que leem, mas eu não ouço. Podem até escreverem dizendo que eu preciso procurar a Deus, tratar-me ou coisas do tipo, mas eu tenho a opção de ignorar. O fato é que, aqui eu posso transformar opiniões em “spams”, mas na vida real, os sentimentos não podem ser esquecidos de uma hora para outra.

     Sim, temos a opção de esquecê-los, desistir deles, e até sumir se convém à pessoa. Mas, sempre vai causar dor, sempre te fará sangrar, sempre abrirá uma enorme ferida no músculo maldito. Ficar e lutar ou correr e desistir? Ter coragem ou ser um covarde? Querer mudar a covardia ou acomodar-se nela outra vez?

     Dúvidas, escolhas, acertos, erros, é, não é... viver realmente não é fácil.

     Eu só queria ter certeza que tudo ficaria bem se nada desse certo. Mas eu sei que no meu íntimo, sou egoísta e malevolente quando quero ser. Oh, músculo cardíaco que ainda bate, liberta-me; apaga-me. Oh, Grande, concede-me uma saída, uma luz; dei-me coragem ou apenas atenda o meu desejo.

Angustiado

     Não sei o que sinto... hora te quero, mas hora tenho medo de perder o seu carinho. O medo sempre me fez voltar atrás, mas não queria ter que voltar dessa vez. Tenho medo de tentar e insistir, afinal um “não” seria suficiente para me colocar em um sombrio e vazio quarto escuro. Não sei o que fazer, estou perdido e confesso. É muito ruim não saber o que fazer. Estou com o coração apertadíssimo e a angústia já tomou conta do meu corpo como um câncer. Espero que tudo isso acabe bem e não em mais sofrimento.